SALSICHA-TOALHA-ARREPIO
Lembrei-me de que não preciso ir tão longe para me divertir,
pois é relativo esse conceito de diversão, é melhor gastar menos com viagem e
dar prioridade à alimentação. Decidi, então,
procurar o melhor restaurante da cidade e lá fazer uma viagem
gastronômica. Enfim....todas aquelas entradas e acompanhamentos com bebidas
especiais que habitavam os meus livros na estante, agora fariam parte de uma
outra dimensão: a real. Esperar, para quê? O ímpeto foi maior do que a
prudência e num estalar de dedos lá estava eu muito bem acomodada em uma
confortável cadeira de um dos melhores
restaurantes da cidade com o menu diante dos olhos e a boca cheia de água.
Olhei a rua através do vidro e deparei-me com um olhar curioso que me fitava
enquanto devorava seu pão com SALSICHA. Era um ser estranho: tinha os cabelos
despenteados, a barba por fazer, roupas sujas e esfarrapadas, mas trazia no
pescoço correntes que brilhavam como ouro, anéis nos dedos e uma pulseira muito
bonita. Todos aqueles adornos seriam jóias de verdade? E se fossem, como as
conseguira? Seria um ladrão, um pobre mendigo ou talvez alguém que me seguiu
quando eu estava lá no cemitério? Todas essas dúvidas começaram a martelar na
minha cabeça e consequentemente esse medo veio acompanhado de um ARREPIO, pois ele continuava a me olhar de forma tão
intensamente fixa que me tirou o apetite.
Comecei a suar. Levantei-me e procurei uma torneira para lavar o rosto e
as mãos. Assim o fiz, porém não encontrei
uma TOALHA para enxugar-me. Isso não tinha importância, precisava voltar e concluir o que eu havia
programado, afinal estava disposta a pagar o preço que fosse por aquela comida
e nada me faria mudar de ideia.
A salsicha assassina
Após tomar banho, peguei minha toalha e fui para a sala. Quando eu estava assistindo televisão me deu fome.
Eu estava assistindo um filme de terror, senti um arrepio quando a salsicha assassinou uma pessoa.
Depois do intervalo do filme fui à geladeira e peguei uma salsicha para comer.